Tempo sem cavernas?
Novo decreto ameaça destruir riquezas naturais de grutas e cavernas
Existe um importante acervo que não está protegido nas galerias e museus. Ele está ao ar livre e corre o risco de desaparecer. As grutas e cavernas brasileiras estão ameaçadas por causa do decreto assinado pelo presidente Lula, em novembro de 2008. A nova legislação define critérios de relevância para a classificação de cavidades naturais. Somente as de importância máxima não poderão ser destruídas.
O secretário executivo da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Marcelo Rasteiro afirma que “se havia uma área que tinha que conservar por causa de cavernas, agora o empreendedor pode minerar ou inundar com uma barragem”. O setor hidrelétrico tem interesse em algumas regiões de cavernas para a construção de barragens. E nas cavidades pode haver extração de minério de ferro, manganês e calcário, que é a base para a indústria de cimento.
A região cárstica, ao norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, pode ser uma das mais prejudicadas. Cavernas da área já foram destruídas mesmo antes do decreto.
A perda, contudo, não tem sido só histórica, já que esse decreto vai inviabilizar a exploração de novos locais para visita. O turismo de grutas e cavernas é pouco desenvolvido no Brasil e a arrecadação ainda é pequena.Quem vem lutando pela anulação do decreto é a comunidade espeleológica. A SBE divulgou um manifesto contrário que, até o dia 26 de março, foi assinado por 196 entidades entre associações de espeleologia e ONGs ambientais. Está em circulação também uma carta de repúdio. Até o dia 6 de maio de 2009, 4104 pessoas já haviam aderido ao abaixo assinado.
Novo decreto ameaça destruir riquezas naturais de grutas e cavernas
Existe um importante acervo que não está protegido nas galerias e museus. Ele está ao ar livre e corre o risco de desaparecer. As grutas e cavernas brasileiras estão ameaçadas por causa do decreto assinado pelo presidente Lula, em novembro de 2008. A nova legislação define critérios de relevância para a classificação de cavidades naturais. Somente as de importância máxima não poderão ser destruídas.
O secretário executivo da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Marcelo Rasteiro afirma que “se havia uma área que tinha que conservar por causa de cavernas, agora o empreendedor pode minerar ou inundar com uma barragem”. O setor hidrelétrico tem interesse em algumas regiões de cavernas para a construção de barragens. E nas cavidades pode haver extração de minério de ferro, manganês e calcário, que é a base para a indústria de cimento.
A região cárstica, ao norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, pode ser uma das mais prejudicadas. Cavernas da área já foram destruídas mesmo antes do decreto.
A perda, contudo, não tem sido só histórica, já que esse decreto vai inviabilizar a exploração de novos locais para visita. O turismo de grutas e cavernas é pouco desenvolvido no Brasil e a arrecadação ainda é pequena.Quem vem lutando pela anulação do decreto é a comunidade espeleológica. A SBE divulgou um manifesto contrário que, até o dia 26 de março, foi assinado por 196 entidades entre associações de espeleologia e ONGs ambientais. Está em circulação também uma carta de repúdio. Até o dia 6 de maio de 2009, 4104 pessoas já haviam aderido ao abaixo assinado.
Por água abaixo?
Em torno da transposição, debate sobre barragens em afluentes do São Francisco.
Caso uma barragem venha a ser construída na calha do baixo Rio das Velhas entre os municípios de Santo Hipólito e Curvelo, a revitalização pode ser muito prejudicada. Essa possibilidade de construção não está descartada nos últimos planos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, a Codevasf. Além do Velhas, o projeto de “revitalização” que ela propõe para o Velho Chico prevê a construção de mais quatro barragens: três na bacia do rio Paracatu e uma no Urucuia
Há quem veja as barragens como parte do Projeto de Transposição do São Francisco – apesar do Governo Federal não deixar isso explícito. Elas seriam uma forma de compensar a perda de água para o sistema elétrico, em decorrência da retirada prevista no projeto.
Os impactos ambientais dessas barragens para a bacia são imensos. As espécies aquáticas têm a sua vida regulada pelos processos de cheia e vazante, que com as barragens tendem a acabar.
O projeto sugere que mecanismos, parecidos com escadas, sejam implementados para que os peixes subam as barragens. Mas, mesmo com isso, há sérios impedimentos à migração dos peixes e à possibilidade deles voltarem a ocupar lugares despoluídos acima da barragem.
No caso do Velhas é possível que os peixes também não suportem as alterações químicas e a proliferação das cianobactérias – microorganismos tóxicos que causam problemas de saúde e deixam a coloração do rio verde.
Sem peixes, transformada num lago verde e putrefato, o projeto da barragem do Velhas ainda prevê que um importante espaço da bacia fique debaixo d’água.
Os prefeitos de Santo Hipólito e Presidente Juscelino se colocam contra o projeto e, por enquanto, têm apoio.
Do outro lado, atrás de apoio político, a Codevasf atrelou geradores
de energia aos projetos das barragens – o que não constava na versão de 2003.
Caiu na rede... é menos peixe de volta ao Velhas.
Se não coibida, pesca predatória pode prejudicar a recuperação da bacia
A volta do peixe deixou de ser apenas um símbolo das ações do Projeto Manuelzão e vem se tornando realidade no Rio das Velhas.
Mas a volta do peixe trouxe uma conseqüência que pode prejudicar o repovoamento deste trecho do Velhas: a pesca predatória. Um dos principais motivos do retorno do peixe é a instalação de estações de tratamento de esgoto (ETE).
Desde 1997, é proibida a pesca profissional – aquela utilizada com fins comerciais – em toda extensão do Rio das Velhas, Determinada pelo Decreto 38.744, a proibição vale também para os afluentes do Velhas.
Em torno da transposição, debate sobre barragens em afluentes do São Francisco.
Caso uma barragem venha a ser construída na calha do baixo Rio das Velhas entre os municípios de Santo Hipólito e Curvelo, a revitalização pode ser muito prejudicada. Essa possibilidade de construção não está descartada nos últimos planos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba, a Codevasf. Além do Velhas, o projeto de “revitalização” que ela propõe para o Velho Chico prevê a construção de mais quatro barragens: três na bacia do rio Paracatu e uma no Urucuia
Há quem veja as barragens como parte do Projeto de Transposição do São Francisco – apesar do Governo Federal não deixar isso explícito. Elas seriam uma forma de compensar a perda de água para o sistema elétrico, em decorrência da retirada prevista no projeto.
Os impactos ambientais dessas barragens para a bacia são imensos. As espécies aquáticas têm a sua vida regulada pelos processos de cheia e vazante, que com as barragens tendem a acabar.
O projeto sugere que mecanismos, parecidos com escadas, sejam implementados para que os peixes subam as barragens. Mas, mesmo com isso, há sérios impedimentos à migração dos peixes e à possibilidade deles voltarem a ocupar lugares despoluídos acima da barragem.
No caso do Velhas é possível que os peixes também não suportem as alterações químicas e a proliferação das cianobactérias – microorganismos tóxicos que causam problemas de saúde e deixam a coloração do rio verde.
Sem peixes, transformada num lago verde e putrefato, o projeto da barragem do Velhas ainda prevê que um importante espaço da bacia fique debaixo d’água.
Os prefeitos de Santo Hipólito e Presidente Juscelino se colocam contra o projeto e, por enquanto, têm apoio.
Do outro lado, atrás de apoio político, a Codevasf atrelou geradores
de energia aos projetos das barragens – o que não constava na versão de 2003.
Caiu na rede... é menos peixe de volta ao Velhas.
Se não coibida, pesca predatória pode prejudicar a recuperação da bacia
A volta do peixe deixou de ser apenas um símbolo das ações do Projeto Manuelzão e vem se tornando realidade no Rio das Velhas.
Mas a volta do peixe trouxe uma conseqüência que pode prejudicar o repovoamento deste trecho do Velhas: a pesca predatória. Um dos principais motivos do retorno do peixe é a instalação de estações de tratamento de esgoto (ETE).
Desde 1997, é proibida a pesca profissional – aquela utilizada com fins comerciais – em toda extensão do Rio das Velhas, Determinada pelo Decreto 38.744, a proibição vale também para os afluentes do Velhas.
Laboratório na beira do rio
Antes da revitalização feita pelo Programa de Recuperação Ambiental de Belo Horizonte, o corrégo Baleares tinha um quadro não muito diferente de outros cursos d´água em área urbana. O esgoto era jogado in natura e as margens eram ocupadas por construções irregulares, ou não tinham mata ciliar, ou eram erodidas. Sem mencionar o lixo que ia parar dentro do córrego. Mas hoje a situação é outra. Houve remoção de famílias de suas margens e preservação do leito natural em alguns trechos.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) classifica as águas entre Classe Especial – a melhor, Classe 1, 2, 3 e 4. Quanto menor o número, melhor a qualidade. As águas do córrego estão em Classe 2. Isso quer dizer que de acordo com a legislação brasileira, você pode nadar, pescar e irrigar hortaliças, por exemplo.
A principal causa de poluição antes das intervenções no Baleares era o esgoto. Atualmente, é a poluição difusa. Pode ser a sujeira acumulada nas ruas, a fumaça de fábricas e carros ou até mesmo o lixo não recolhido.
Foi feita uma análise da qualidade hídrica, e da satisfação dos vizinhos em relação ao córrego e às obras. Os resultados foram bem aceitos pela população, o que traz boas perspectivas no processo de implantação e manutenção deste tipo de programa de restauração de rios urbanos. Embora a aceitação tenha sido boa, a opção “avenida sanitária”, com canalização do córrego e construção de larga via nas margens, ainda é apreciada por 51% das pessoas entrevistadas.
Para que as pessoas participem mais, elas têm que perceber a importância de recuperar o córrego e como isso vai trazer melhorias em sua qualidade de vida.
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