quinta-feira, 1 de julho de 2010

Resenha Hertzberg + Jane Jacobs + Intervenção

Amizade, companheirismo, carinho, ou pelo menos solidariedade, são sentimentos difíceis de ver entre vizinhos ultimamente. Com a velha desculpa de não ter tempo pra nada, da correria do dia a dia, o que se tem visto são vizinhos cada vez mais distantes, sem nenhum tipo de relação um com outro e ruas cada vez mais vazias.

As ruas das cidades servem a vários fins além de comportar veículos e as calçadas, a parte das ruas cabe aos pedestres, servem a muitos fins além de abrigar pedestres. Esses usos estão relacionados à circulação, e à forma de apropriação das pessoas.

Antigamente, era comum vermos ruas cheias, com crianças brincando, adultos conversando na porta de casa, na padaria, no barzinho da esquina, entretanto, hoje isso é uma raridade. Ficar na rua já não se trata de diversão e sim de perigo. Quando uma pessoa diz que uma cidade, ou parte dela, é perigosa, o que quer dizer basicamente é que não se sente segura nas calçadas. A rua perdeu seu ar de meio comum a todos e tornou-se incomum. Sempre que podemos tentamos evitar a rua: se estamos andando, o passo é ligeiro para chegarmos logo ao destino; se estamos de carro, o vidro está fechado para evitar qualquer tipo de abordagem; se já anoiteceu, passar na rua é um ato de loucura; isso tudo porque a rua tornou-se um local praticamente inabitado e, consequentemente, perigoso.

Em seu livro Morte e Vida de grandes cidades, Jane Jacobs, mostra como certas vias públicas não dão oportunidade alguma à violência usando o exemplo das ruas do North End, em Boston. As ruas desse distrito são constantemente usadas por um grande número de pessoas, algumas trabalham lá ou próximo de lá; outros vão lá a passeio; enfim a segurança das ruas do North End é feita pelos próprios moradores e visitantes. Alguns moradores de lá, afirmam que há quase 30 anos não se ouve falar de crimes em North End o que prova que rua habitada não combina com violência.

No curso de Arquitetura que estou fazendo, pude ter um exemplo vivo de que a rua não esta presente na vida das pessoas. Foi proposto aos alunos que fizessem uma intervenção em uma vaga de carro para que pudéssemos analisar a reação das pessoas que por ali passariam. Tivemos dificuldade em fazer análise por vários motivos. Primeiro, pelo fato da rua estar vazia, era sábado de manhã e somente alguns carros passavam e poucos pedestres transitavam. Segundo, devido às pessoas terem “receio” em se aproximar e apropriar do espaço, demonstrando certo “medo”. Terceiro, por alguns moradores terem se incomodado com a nossa presença ali. E por último, pela indiferença que as pessoas mostravam em relação à nossa intervenção.

Na verdade, ao fazer esse trabalho a minha maior curiosidade era de como seria a forma de aproximação e apropriação das pessoas em relação à minha intervenção. Eu não queria limitar essas atitudes, já que, como diz Hertzberg no seu livro Lições de Arquitetura, o projeto não pode apresentar uma extrema funcionalidade, pois o torna rígido e inflexível, isto é, oferece ao usuário do objeto muita pouca liberdade para interpretar sua função de acordo com sua vontade. Outro ponto do trabalho que pode ser relacionado ao livro do Hertzberg, se diz respeito ao fato das dimensões do espaço ocupado que, no nosso caso, era um espaço relativamente pequeno de 5,00 m x 2,5 m, mas era o tamanho exato para o que queríamos propor. O livro destaca que as vezes os lugares muito amplo se tornam desertos e muito impessoais. Atividades e usos diferentes exigem dimensões espaciais diferentes.

Enfim, o trabalho e a leitura do livro de Jane Jacobs e de Hertzberg puderam me mostrar o quanto as pessoas são indiferentes às ruas, inclusive às ruas em que moram. Isso pode representar um grande problema pras cidades tanto pelo fato da segurança, quanto pelo fato da possível “morte” das cidades, que pode se dá através da falta de pessoas interagindo com ela.

"Filminho" da casa no Sketchup

Caderno de receitas - Horta urbana

Receita da Horta Urbana

Caixote de madeira
Material:
· 2 tábuas de 0,15m de largura e 0,02m de espessura
· 1 folha de madeirite
· Pregos
· 4 Rodas que suportem 30kg
· 16 Parafusos
· Tela fina
Ferramenta:
· Serrote
· Martelo
· Furadeira
· Chave de fenda ou chave filips
Modo de execução:
A tábua tem 3,0m de comprimento (padrão) então se deve cortar uma delas em dois pedaços de 1,5m e a outra em dois pedaços de 0,40m. Logo após pregar essas tábuas umas nas outras formando uma moldura de 1,5m x 0,40m x 0,15m e depois deixar em um canto.


O madeirite tem a dimensão de 2,2m x 1,1m e deverá ser cortado no tamanho 1,5m x 0,40m para depois ser pregado na moldura. Vire o caixote pronto e fure o fundo com a broca de 0,02m para que a água do canteiro escorra, a quantidade de buracos é indeterminada, pode ser ao seu gosto.

O próximo passo é colocar as rodinhas, com o caixote ainda virado. A roda deve ficar a 0,08m da extremidade em relação ao lado mais comprido e 0,20m da extremidade em relação ao lado mais estreito.

Desvire o caixote e tampe os buracos feitos com telas para que a terra não caia. Pronto, ele está pronto para receber a horta.

Para ocupar uma área de 5,0m x 2,5m são necessários seis caixotes como esses.

Plantando a horta

Pensando em uma maior durabilidade dos caixotes, eles podem ser forrados por dentro com plástico, por exemplo, para que a água e a terra não entrem em contato direto com a madeira, lembrando de fazer também os furos no plástico, para que a água possa escoar. Para o plantio das hortaliças são necessários em média 15 kg de terra para cada caixote. O primeiro passo é espalhar a terra até uma altura de aproximadamente 10 cm, adicionar cerca de 2 kg de esterco e em seguida deixá-la bem úmida.
Podem ser plantadas mudas ou sementes, as sementes são facilmente encontradas em feiras, lojas de produtos agrícolas ou mesmo supermercados. Cada semente possui uma maneira de plantio, geralmente as sementes são espalhadas em fileiras com espaçamento de 40 cm entre elas e com apenas 1cm de profundidade, mas estas indicações geralmente aparecem na própria embalagem das sementes.

O tempo para o crescimento também varia de hortaliça para hortaliça. Por exemplo, a alface brota em mais ou menos 6 dias e já a couve demora um pouco mais para brotar, em média 10 dias.

Para o plantio de mudas, cave uma pequena cova e coloque a muda com cuidado, evitando a quebra de raízes, cobrindo a base com um pouco de terra. Aperte levemente a terra ao redor da muda para acomodá-la.

Com o plantio concluído é só escolher a localização onde a Horta Urbana será instalada e arrastar os caixotes com cuidado até o local escolhido. É importante para as plantas pegarem um pouco de sol pela manhã ou final da tarde, o sol muito forte pode prejudicá-las. Lembre-se que a rega é altamente recomendável, sempre que possível. Mas, nos primeiros dias devemos regar bem, porém com uma lâmina bem fina de água, nunca jogando jatos diretamente sobre as sementes ou mudas

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Capela de Luz

A "Capela da Luz" é um espaço para meditação, reflexão e celebração de cerimônias ao ar livre organizada pela Igreja Evangélica de Hessen e Nassau


O pavilhão é modular e pode se configurar, desmontar, guardar e transportar.
A estrutura de apoio é composto por catorze quadros de madeira laminada, cubos de aço montado em uma plataforma de malha de arame. A sucessão de quadros a definição de um único corredor 13.00m de comprimento e 4,30 m de largura e 8.00m.
A folha de revestimento é acrílico branco translúcido, de modo que o espaço é inundado de luz natural por dia e instalando os" leds "controlada por computador, à noite, uma solução que permite ajustar a intensidade e a cor da luz artificial, em função das circunstâncias


Fonte: blog Judit Bellostes

terça-feira, 29 de junho de 2010

Grupo Archigram: Plug-in City

O Archigram surgiu a partir de alguns estudantes de arquitetura e urbanismo recém graduados que se reuniram para publicar uma revista ilustrada de caráter contestatório e provocativo, também denominada Archigram. Um nome que vem da junção entre as palavras architecture e telegram. A idéia era lançar uma publicação que fosse mais simples e mais ágil que uma revista comum e que tivesse a instantaneidade de um telegrama. Esta publicação mesclava projetos e comentários sobre arquitetura com imagens gráficas, cuja referência vinha do universo pop da TV, do rádio e das histórias em quadrinhos, como os space-comics, por exemplo. A linguagem utilizada na programação visual da revista era a da bricolage, através da justaposição de desenhos técnicos, artísticos, fotografias, fotomontagens e textos. Com esta publicação eles instauraram uma crítica irônica e radical às convenções e aos procedimentos estabilizados. Os questionamentos levantados em seus artigos eram uma reação contra a obviedade e a monotonia no processo de representação e de criação arquitetônica.

Um dos projetos do Grupos, idealizado por Peter Cook, denominado Plug-in City ou Cidade Interconexa (1964) apresentava a proposta de uma cidade tentacular que seria construída a partir de uma mega-estrutura em forma de rede (net-work), erguida com produtos pré-fabricados, com vias de comunicação e de acesso interligando cada ponto do terreno. As múltiplas partes dessa mega-estrutura se comunicavam entre si através de um sistema de conexões físicas e de uma malha de circuitos comunicacionais e informacionais, materializados por amplas tubulações e articulações metálicas que serpenteavam como passarelas por todos os setores. Um espaço urbano planejado como um só edifício, constituído por elementos arquitetônicos móveis e inter-cambiáveis que se conectavam em elementos estruturais fixos do tipo espacial















Fontes: archigram.net
vitruvius

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sketchup do Radamés

Planta:


Cortes:

Visita ao Instituto Inhotim

Na sexta feira dia 04 de junho de 2010 eu fiz uma visita ao Instituto Inhotim, em Brumadinho. O projeto do Instituto foi idealizado pelo empresário Bernardo Paz na década de 80. Mais tarde, o paisagista Roberto Burle Marx apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins. Desde então, o projeto paisagístico cresceu e passou por várias modificações.



A propriedade, que era particular, foi se transformando com o tempo, com a construção das primeiras edificações destinadas a receber obras de arte contemporânea. Ganhava vida também o rico acervo botânico, consolidado a partir de 2005 com o resgate e a introdução de coleções botânicas de diferentes partes do Brasil e com foco nas espécies nativas.



Detalhe em azulejo na Galeria Adriana Varejão



A obra que mais me chamou a atenção foi a The Murder of Crows, num amplo espaço, os artistas instalaram um ambiente sonoro inspirado na gravura O sono da razão produz monstros (1799), de Goya, composto de gravações de marchas, canções de ninar, texto falado e composições musicais, assim como de uma trilha de efeitos incidentais. Soando de 98 alto-falante montados em cadeiras, em pedestais e nas paredes e evocando uma revoadade aves, a obra conduz o espectador através de uma narrativa de sonho que revela as qualidades físicas e escultóricas do som.